Publicação científica trimestral do CREMERJ
56 Pancreatite autoimune José Galvão-Alves, Bruna Cerbino de Souza Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.45-58, jan-mar 2022 REFERÊNCIAS 1. Sarles H, Sarles JC, Muratore R, Guien C. Chronic inflammatory sclerosis of the pancreas-an autonomous pancreatic disease? Am JDig Dis 1961; 6:688–98. 2. Yoshida K, Toki F. et al. Chronic pancreatitis caused by an autoimmune abnormality. Proposal of the concept of autoimmune pancreatitis. Dig. Dis. Sci., 40: 1561-8, 1995. 3. Chari ST. Current concepts in the treatment of autoimmune pancreatitis. J. Pancreas, 8(1): 1-3, 2007. 4. Chari ST & HART PA. Autoimmune pancreatitis. Am.Soc. Gastroint. Endosc., 3(4): 1-15, 2013. 5. Nishimori I, Tamakoshi A, Otsuki M (2007). Prevalence of autoimmune pancreatitis in Japan from a nationwide survey in 2002. Journal of gastroenterology 42 Suppl 18:6-8. 6. Etemad B &Whitcomb, DC. Chronic pancreatitis:Diagnosis, classification, and new genetic developments. Gastroenterology, 120: 686-707, 2001. Algumas características sugerem doen- ça mais severa e, portanto, alto risco de recorrência, como: acometimento pancreá- tico difuso, lenta resposta ao corticoide, altos níveis de IgG4 sérica após a terapia de indução, mais de um acometimento ex- trapancreático e a presença de colangite relacionada à IgG4 de acometimento pro- ximal (intra-hepático). Assim, é prudente que tais pacientes tenham sua dose de cor- ticosteroide reduzida mais gradualmente ou sejam considerados candidatos à terapia de manutenção contínua. Naqueles que manifestam exacerbação da doença, nova administração de este- roides costuma ser eficaz, bem tolerada e de baixo custo. Quando a recorrência se dá após dois esquemas completos de cor- ticosteroides, optamos pela introdução de agentes imunomoduladores (azatioprina, 6-mercaptopurina), a exemplo do que se adota na hepatite autoimune. Tais fármacos, entretanto, não são apropriados como tera- pia de indução, pois atingem concentração terapêutica adequada somente após dois a três meses do início do uso. A azatioprina é uma alternativa efetiva e barata, e sua dose inicial deve ser entre 25 a 50mg/dia, com aumentos de 25mg a cada sete dias, até atingir o alvo, entre 2-2,5mg/kg/dia. Seu uso requer vigilância, com dosagens frequentes de transaminases, enzimas pan- creáticas e hemograma, e deve ser limitado em indivíduos idosos, pelo risco aumentado de câncer relacionado à idade. Rituximab deve ser considerado como opção terapêu- tica nos pacientes que apresentam recaídas durante o uso de prednisona ou azatiopri- na. O prognóstico da PAI adequadamente tratada parece ser bom em curto prazo, (42) mas o monitoramento destes doentes du- rante longos períodos se faz necessário, haja vista serem muitos os fatores ainda desconhecidos, como o risco de maligni- dade associada a essa condição. Reposição de enzimas pancreáticas e uso de fármacos antidiabéticos eventual- mente são necessários naqueles com doença avançada e podem adicionar incrementos na qualidade de vida de modo significativo.
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