Publicação científica trimestral do CREMERJ
40 Tratamento do diabetes tipo 2: tendências atuais Alessandra Saldanha de Mattos Matheus Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.25-44, jan-mar 2022 cada fármaco com base na TFG. A met- formina como terapia primária somente é indicada se a TFG > 45mL/min. Os ini- bidores SGLT-2 são considerados terapia de segunda linha se a TFG > 45mL/min, seguidos pelos análogos do GLP-1 (tercei- ra linha), e os inibidores da DPP-IV com redução de dose, à exceção da linagliptina, considerados como terapia de quarta linha. A repaglinida pode ser usada, assim como as sulfonilureias que devem ser suspensas na vigência de TFG < 30mL/min (exceção para a glibenclamida, que deve ser sus- pensa com TFG < 60mL/min). Cautela com todos os outros antidiabéticos orais deve ser tomada com TFG < 60mL (Tabela 2). OBESIDADE/SOBREPESO A terapia inicial deve ser baseada em metformina associada com análogo de GLP- 1 (qualquer representante), e os inibidores SGLT-2 como terapia de segunda linha. Evitar medicações que podem aumentar o peso como sulfonilureias, metiglinidas, insulina e pioglitazona. Se indicada a tera- pia com insulina basal, recomenda-se o uso de combinações fixas de análogos de longa ação de insulina com análogos de GLP-1. RISCODEHIPOGLICEMIA (IDOSOS) Evitar fármacos que aumentam o risco de hipoglicemia (sulfonilureias, metiglini- das e insulina), sendo a metformina con- siderada como terapia de primeira linha quando não houver contraindicações. Como segunda linha, estão os inibidores da DPP- -IV, sendo seguros e de fácil posologia. (7) CUSTO DAS MEDICAÇÕES (REALIDADE BRASILEIRA) Quando a questão limitante for custo do tratamento, a preferência deve ser dada à associação da metformina com as sulfo- nilureias mais modernas ou pioglitazona. (4,6) ESTEATO HEPATITE NÃO ALCOÓLICA A preferência deve ser para a asso- ciação da metformina com a pioglitazona, principalmente na presença de resistência insulínica. (7) CONCLUSÃO O plano terapêutico do DM2, na atua- lidade, requer uma abordagem multidis- ciplinar e um olhar individualizado para cada paciente observando suas caracterís- ticas fenotípicas, assim como a presença de comorbidades associadas. A decisão terapêutica deve ser guiada pelos defeitos fisiopatológicos preponderantes em cada paciente, associada aos benefícios extra- polados do controle glicêmico peculiar de cada fármaco. Dessa forma, para prover a melhor assistência possível a toda a gama de pacientes com DM2 com esse crescente número de opções, deve ser estratificado o RCV e ponderado o risco de hipoglicemia, presença de comorbidades e associação com a obesidade.
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