Publicação científica trimestral do CREMERJ

33 Tratamento do diabetes tipo 2: tendências atuais Alessandra Saldanha de Mattos Matheus Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.25-44, jan-mar 2022 5) Pioglitazona Mecanismo de ação A pioglitazona é considerada um sen- sibilizador periférico da insulina, atuando através da ativação do receptor nuclear ativado por proliferadores do peroximo gama (PPAR- γ ) principalmente presentes no tecido adiposo, mas também no fígado e músculo, alcançando efeitos terapêuticos após semanas de seu uso. Benefícios A pioglitazona diminui os níveis de triglicerídeos e aumenta os níveis de co- lesterol HDL, assim como do colesterol LDL, mas esse aumento pode envolver um LDL grande e flutuante, que pode ser menos aterogênico. (24) Também melhora a disfunção endotelial, secreção insulínica e a disfunção diastólica, reduzindo a in- flamação, reduzindo o PAI-1, revertendo a lipotoxicidade e possuindo benefícios comprovados na esteato-hepatite não al- coólica. (13) Benefícios com seu uso também foram encontrados na redução da placa carotídea e coronária. (27) E também foi demonstrada redução da DCV em pacientes com alto risco, (28) com dados limitados sobre pre- venção primária. (29) Efeitos adversos Edema (incluindo edema macular), ane- mia dilucional e ganho de peso podem ser efeitos adversos indesejados, especialmente se administrada com insulina ou secre- tagogos de insulina. (30) O que a faz ser contraindicada na IC mesmo em classes funcionais I e II (24) e na insuficiência he- pática e instabilidade hemodinâmica. (13) O risco de câncer de bexiga também constitui uma preocupação para esta classe de medicações, sendo este risco maior entre os pacientes que fizeram uso por tempo prolongado e com doses cumulativas mais altas. (31) Há também o risco aumentado de predispor fraturas em ossos longos, pela diferenciação de células-tronco mesen- quimais em osteoblastos, comprometendo a formação óssea. (24) 6) Incretinomiméticos 6.1) Análogos do GLP-1 Mecanismo de ação Os agonistas do GLP-1 (exenatida e lixisenatide) cuja homologia com o GLP-1 humano é inferior a 60%, e os análogos de GLP-1 (liraglutida, albiglutida, dulaglutida e a semaglutida- moléculas bem seme- lhantes ao GLP-1 humano) mimetizam o GLP-1 endógeno, principal incretina que se encontra reduzida no DM2. Também esti- mulam a liberação de insulina dependente da glicose, além de reduzirem o glucagon e o esvaziamento gástrico. (24) Constituem a única classe de fármacos injetáveis para o tratamento do DM2, podendo ser adminis- trados em dose única diária (lixisenatida e liraglutida) ou dose única semanal (se- maglutida e dulaglutida).

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