Publicação científica trimestral do CREMERJ

88 Varicela e herpes-zóster Omar Lupi Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.84-91, jan-mar 2022 ƒ Antibióticos Se houver sinais de infecção, pode-se utilizar antibioticoterapia sistêmica, prin- cipalmente para bactérias Gram-positivas, associada a antibioticoterapia tópica. NEURALGIA PÓS-HERPÉTICA (NPH) Caracteriza-se por dor que persiste por mais de 30 dias, após resolução total do quadro cutâneo do HZ. É a complicação mais comum do herpes-zóster. Fatores associados: dor intensa aguda no início do quadro, lesão cutânea grave, imunos- supressão, atividades diárias restritas, dor prodrômica, sexo feminino, diabetes mellitus . O nervo lesado perde a capacidade de enviar mensagens ao sistema nervo- so central (SNC), tornando-as confusas e exageradas, originando dor crônica e duradoura (meses/anos). A incidência de NPH na população ge- ral é em torno de 10% dos acometidos por HZ, acima da quinta década de vida chega a 50%, observando-se dessa maneira que o principal fator de risco é a idade, sendo que esta incidência também é alta nos imunocomprometidos. O tratamento da NPH, ao contrário do caso de HZ, não possui um medicamento nem um esquema específico, sendo que os recursos utilizados apresentam resultados díspares, em que se observam excelentes resultados em alguns casos e resposta nenhuma em outros, apesar de se utilizar o que há de melhor na literatura. Outras complicações: podem ocorrer no dermátomo afetado inicialmente ou em outros locais. Infecções bacterianas secun- dárias, paresias segmentares que podem afetar a musculatura extraocular, parede abdominal, diafragma e outros múscu- los. O acometimento do primeiro ramo do nervo trigêmeo (oftálmico) leva ao her- pes-zóster oftálmico (HZO), responsável por 10%-20% dos casos de herpes-zóster (Figura 2). O risco de desenvolver HZO é de aproximadamente 1% ao longo da vida. Figura 2 Herpes-zóster oftálmico

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