Publicação científica trimestral do CREMERJ

63 Cirrose hepática – abordagem diagnóstica e terapêutica Carlos Eduardo Brandão Mello Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.59-69, jan-mar 2022 Existem seis genótipos principais do HCV (de 1 a 6), que são subdivididos em subtipos identificados por letras (1a, 1b, 2a, 2b). Os tipos, subtipos e isolados do HCV são identificados pela média de di- vergência de suas sequências genômicas, sendo respectivamente de 30%, 20% e 10%. (1-4) Na avaliação da infecção pelo vírus da hepatite B (HBV), de igual modo, podemos lançar mão de testes sorológicos e viroló- gicos. Dentre os marcadores sorológicos destaca-se a pesquisa dos antígenos de superfície do HBV (HBsAg) e do HBeAg, marcador de replicação viral, infectividade e patogenicidade. Na fase de imunotole- rância da infecção pelo HBV observa-se intensa replicação viral, caracterizada por altos títulos de antígenos virais (HBsAg e HBeAg), altos títulos de HBV-DNA, porém transaminases normais. Na fase imunoa- tiva (imunoclearence) da hepatite crônica B, os títulos de HBV-DNA e de HBeAg diminuem, as transaminases se elevam e os sintomas clínicos podem surgir. (1-4) A soroconversão de HBeAg para anti- -HBe é acompanhada de diminuição nos títulos de HBV-DNA (habitualmente < 10 4 cópias por mL) e remissão clínica. Não obstante, certas variantes do HBV podem carregar mutações na região pré-core do genoma do HBV, que impedem a produção do HBeAg. Os outros dois marcadores sorológicos são o anti-HBc e o anti-HBs, marcadores de contato prévio e de cura ou resolução do processo, respectivamente. (1-4) Os testes virológicos baseiam-se na identificação do HBV-DNA (quantitativo). Uma vez que a infecção pelo HBV pode permanecer silenciosa é importante a utili- zação de métodos confiáveis e acurados que determinem a presença de replicação viral, principalmente na monitoração terapêutica e na identificação de resistência e mutações virais. O melhor método é a determinação quantitativa do HBV-DNA pelas técnicas de RT-PCR ou branched DNA. (1-4) Na avaliação das formas de cirrose au- toimune devemos valorizar os achados de maior prevalência do sexo feminino (propor- ção de 4:1); hipergamaglobulinemia; autoanti- corpos circulantes (antinuclear, antimúsculo liso; anti-LKM-1 em títulos > 1:80); doenças autoimunes associadas; boa resposta à terapia imunossupressora; presença de HLA-DR3 e HLA-DR4 e ausência demarcadores virais e de ingestão alcoólica. Estas características foram agrupadas em um sistema de escore elaborado pelo Comitê Internacional de Es- tudos das Hepatites Autoimunes. (1-5) De acordo com os autoanticorpos identi- ficados, as hepatites autoimunes podem ser classificadas em: tipo 1, pela presença de anticorpos do tipo FAN e antimúsculo liso; tipo 2, quando da presença de anti-LKM-1 (anticorpo contra antígeno microssomal de fígado e rim) e tipo 3, com o achado de anticorpos anti-SLA ( soluble liver antigen ) e anti-LP (anticorpo contra antígenos de fígado e pâncreas). (1-5) Nas cirroses e hepatites crônicas medi- camentosas é de fundamental importância a

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2