Publicação científica trimestral do CREMERJ

37 Tratamento do diabetes tipo 2: tendências atuais Alessandra Saldanha de Mattos Matheus Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.25-44, jan-mar 2022 < 15mL/min (níveis dialíticos) ou piora da proteinúria em pacientes com DM2 e doença renal que foram tratados com canagliflozina quando comparados com o placebo. (57) A dapagliflozina também foi capaz de reduzir em cerca de 15,5% o risco relativo de eventos cardiovasculares sub- sequentes em pacientes que tiveram IAM prévio, além de reduzir entre 5% a 28% o risco relativo de hospitalização por IC quando comparada ao placebo, de acordo com os achados do estudo DECLARE- -TIMI58, que avaliou 17.160 pacientes ao longo de 4,2 anos. (58,59) Nesta mesma época, a dapagliflozina ganhou uma indicação para uso na IC por reduzir a hospitalização por IC em adultos com DM2 com base no estudo DAPA-HF, no qual foram avaliados 4.744 pacientes (seguimento médio de 18 meses) mostrando uma taxa de redução de hospitalização por IC quando comparada ao grupo placebo, de 26%. (60) Efeitos adversos Infecção do trato urinário, balanopos- tite em homens, candidíase em mulheres, síndrome de Fournier, desidratação, hi- potensão arterial (principalmente quando utilizado concomitante com diuréticos de alça) e amputação de extremidades com a canaglif lozina como demonstrado no estudo CANVAS, (56) cetoacidose diabética euglicêmica e também maior risco de fra- turas relacionada a canagliflozina são os principais efeitos adversos descritos com essa classe. (9) Cautelas A empagliflozina e canagliflozina po- dem ser usadas com TFG até 30mL/min, sendo necessária redução da dose diária, com TFG < 45mL/min. Já a dapagliflozina deve ser usada com cautela até a TFG de 45mL/min. Devem ter seu uso interrompido 24 horas antes de uma cirurgia de grande porte eletiva, assim como devem ser sus- pensas, imediatamente, na vigência de infecções agudas ou situações de estresse. COMBINAÇÕES DE FÁRMACOS ORAIS O racional da terapia combinada do DM2 compreende iniciar modificação na dieta e no estilo de vida associados com a metformina (iniciando com baixas doses de 500mg e titulada, lentamente, até alcance da dose máxima de 2.000mg/dia), por três meses, inicialmente. Não sendo alcança- dos os alvos glicêmicos, indica-se, então, uma terapia dupla, tripla ou quádrupla. Nesse caso, a maioria dos pacientes será beneficiada, pois dessa forma as doses das medicações podem ficar reduzidas, com possibilidade de menores efeitos colaterais e atuação em sinergismo nos múltiplos defeitos da fisiopatologia do DM2. (6) Para os pacientes com DCV preexisten- te ou doença renal com muito alto RCV, as principais medicações a serem associadas a metformina, na vigência de uma TFG > 30mL/min, são os inibidores de SGLT-2 e os análogosGLP-1 (semaglutida ou liraglutida). (9)

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