Publicação científica trimestral do CREMERJ

39 Tratamento do diabetes tipo 2: tendências atuais Alessandra Saldanha de Mattos Matheus Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.25-44, jan-mar 2022 Tirzepatida Mecanismo de ação Este medicamento é um polipeptideo que atua fazendo um agonismo duplo tanto do GLP-1 como também do GIP. Os resul- tados no estudo de fase 3, o SURPASS2, (65) recentemente publicado, demonstraramque a tirzepatida foi superior à semaglutida, na redução da hemoglobina glicada commaior perda de peso associada, ao longo de 40 semanas, em 1.879 pacientes com DM2. (66) Portanto, pode ser uma alternativa injetável semanal promissora no tratamento do DM2. Benefícios Redução de peso corporal (variando de 7kg a 9,5kg) (65) e controle glicêmico com redução na hemoglobina glicada em até, aproximadamente, -2,3%. (66) Efeitos adversos Principais efeitos colaterais são: náusea, diarreia e vômitos. CONSIDERAÇÕES FINAIS – RACIONAL DA ESCOLHA TERAPÊUTICA A abordagem do tratamento do DM2 deve englobar as características clínicas e morbidades do paciente. Na atualidade, de acordo com as diretrizes brasileiras e internacionais, para a decisão terapêutica de qual fármaco devemos associar a met- formina e a mudança no estilo de vida, deve ser estratificado o RCV (avaliando o histórico de doença arterial coronariana, AVC ou doença arterial obstrutiva perifé- rica) e a presença de comorbidades como IC, IRC, obesidade e risco de hipoglicemia (pacientes idosos frágeis). Para cada grupo, podemos decidir qual melhor associação terapêutica indicada, como segue: (6-8) ƒ ALTO RISCO CARDIOVASCULAR (presença de fatores de risco como hi- pertensão arterial, dislipidemia, mi- croalbuminuria) OU ƒ MUITO ALTO RISCO CARDIOVAS- CULAR (histórico pessoal de evento prévio coronariano, AVC ou doença arterial obstrutiva periférica) A terapia inicial deve ser baseada em metformina associada a um inibidor SGLT- 2 ou análogo GLP-1 com comprovada pre- venção da DCV (semaglutida ou liraglutida). O uso de insulina basal deve ser realizado com extrema cautela considerando o risco de hipoglicemia. (6,7) ƒ INSUFICIÊNCIA CARDÍACA A terapia inicial deve ser baseada em metformina associada a uminibidor SGLT-2. Evitar a pioglitazona e saxagliptina. Avaliar com cautela o início de insulinoterapia (6,7) ƒ INSUFICIÊNCIA RENAL COM TFG < 60mL/min A terapia inicial deve ser baseada em metformina associada a um inibidor SGLT- 2 de acordo com as restrições de dose para

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