Publicação científica trimestral do CREMERJ

36 Tratamento do diabetes tipo 2: tendências atuais Alessandra Saldanha de Mattos Matheus Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.1, n.1, p.25-44, jan-mar 2022 Cautelas Até o momento, nenhum representante desta classe demonstrou benefício nos des- fechos cardiovasculares. A sitaglitptina, no estudo TECOS, (49) e a linaglitpina, no estudo CARMELINA, (50) falharam em demonstrar qualquer diferença estatisticamente signi- ficante na taxa de hospitalização para IC quando comparadas com o grupo placebo. No estudo SAVOR, a saxagliptina foi asso- ciada com o aumento na hospitalização por IC, sendo maior o risco naqueles com his- tória prévia desta condição. (51) A alogliptina também foi associada com discreto aumento na hospitalização por IC em pacientes sem histórico de IC, quando comparados com o grupo placebo, e no estudo EXAMINE, em pacientes com histórico de síndrome coronariana aguda recente. (52) Com a exceção da linagliptina, que não necessita de ajuste de dose, todos os inibi- dores de DPP-IV deverão ser ajustados na IRC com TFG < 60mL/min. A alogliptina deverá ser reduzida para metade da dose usual (12,5mg/dia) se TFG de 60 a 45 mL/ min; se TFG < 45mL/min, reduzir para 6,25mg/dia. A vildagliptina, saxagliptina e sitaglip- tina deverão ser reduzidas para metade da dose se TFG < 45mL/min. (53) 7) Gliflozinas Os representantes dessa classe são: a canagliflozina, dapagliflozina e a empa- gliflozina e constituem a classe de drogas mais recentemente aprovadas para o tra- tamento do DM2. Mecanismo de ação Atuam através da inibição do cotrans- portador de sódio e glicose no túbulo proxi- mal renal do tipo 2 (SGLT-2) diminuindo o limiar de glicose renal e aumentando, assim, sua excreção na urina, causando glicosúria. Benefícios Apresentam perfil de segurança fa- vorável, com baixo risco de hipoglicemia, favorecendo a perda de peso e reduzindo a pressão arterial sistólica. (9) Foi demons- trada redução de 38% no risco de mor- te relacionada à DCV e redução de 32% sobre a mortalidade por todas as causas em adultos com DM2 e alto RCV com a empagliflozina, com base nos achados do estudo EMPAREG OUTCOME. (54) Numa análise posterior deste estudo, também foi evidenciada proteção renal com benefício tanto na redução da proteinúria como na progressão da nefropatia em pacientes com TFG inicial entre 30 a 60mL/min. (55) A canagliflozina demonstrou redução de 14% no risco de hospitalização por IC no estudo CANVAS (56) e, em outubro de 2019, foi aprovada para o tratamento da doença renal diabética (DKD), com base nos achados do estudo CREDENCE. Este estudo encontrou uma redução de 30% no risco de duplicar os níveis séricos de creatinina, evolução para IRC com TFG

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