BIOÉTICA E MEDICINA

todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento a seu alcance em favor do paciente”. Todas essas intransigências éticas no paciente terminal permitem o questionamento se o gerenciamento tecnocientífico do sofrimento e da dor, aliado ao adiamento da morte, será sempre do interesse do paciente, principalmente após o advento daAIDS. A eutanásia pode ser decidida pelo médico? Pode ser solicitada pelo paciente? A distanásia pode ser dispensada pelo paciente ou familiares em prol de uma evolução natural, semque fique caracterizada infração ética domédico? Por toda a polêmica que esse assunto suscita e por toda a gravidade que ele carrega, acreditamos estar longe ainda um consenso e vislumbramos que mudanças deverão ocorrer para que a morte possa ser vista como um acontecimento previsível e livre de traumas. O morrer exige o respeito total à pessoa, respaldado numa prática clínica que à livre da dor tanto quanto possível, que valoriza suas decisões a respeito do próprio cuidado, bem como se valorize seus medos, sentimentos, valores e esperanças, viabilizando a continuidade dos cuidados e dando a chance a ela morrer onde quiser morrer. *Artigo publicado no Jornal do CREMERJ , ano XIV, n. 127, p. 12, abr. 2001. 48

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