DOENÇAS INFECIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO

Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 348 D OENÇAS I NFECCIOSAS E P ARASITÁRIAS peita recai em outros agravos que podem ser confundidos com Rai- va humana. Nesses casos, o diagnóstico diferencial deve ser realizado com: tétano; pasteurelose, por mordedura de gato e de cão; infecção por vírus B (Herpesvirus simiae), por mordedura de macaco; Botu- lismo e febre por mordida de rato (Sodóku); febre por arranhadura de gato (linforreticulose benigna de inoculação); encefalite pós-vacinal; quadros psiquiátricos; outras encefalites virais, especialmente as cau- sadas por outros rabdovírus; e tularemia. Cabe salientar a ocorrência de outras encefalites por arbovírus e intoxicações por mercúrio, prin- cipalmente na região Amazônica, apresentando quadro de encefalite compatível com o da Raiva. Diagnóstico laboratorial - A confirmação laboratorial em vida, dos casos de Raiva humana, pode ser realizada pelo método de imu- nofluorescência direta (IFD), em impressão de córnea, raspado de mucosa lingual ( swab ), tecido bulbar de folículos pilosos, obtidos por biópsia de pele da região cervical – procedimento que deve ser feito por profissional habilitado, mediante o uso de equipamento de proteção in- dividual (EPI). A sensibilidade dessas provas é limitada e, quando ne- gativas, não se pode excluir a possibilidade de infecção. A realização de necropsia é de extrema importância para a confirmação diagnóstica. A técnica de imunofluorescência direta se constitui método rápido, sen- sível e específico. A prova se baseia no exame microscópico de impres- sões de tecido nervoso (cérebro, cerebelo e medula). A prova biológica é uma técnica para isolamento do vírus em camundongo. A técnica de tipificação viral serve para a identificação de anticorpos monoclonais e, quando fornece resultados inesperados, deve ser realizado o sequen- ciamento genético. A técnica de avaliação sorológica para Raiva é uti- lizada em indivíduos previamente imunizados e expostos ao risco de contraírem a doença. Todos os indivíduos pertencentes aos grupos de risco devem ser avaliados a cada 6 meses. Na atualidade, técnicas de biologia molecular são importantes instrumentos para o diagnóstico ante-mortem da Raiva em humanos, inclusive para a identificação da fonte infecção, para otimização das ações de investigação, vigilância e controle de foco. Tratamento - Em 2004, foi registrado nos Estados Unidos o primeiro relato de tratamento de Raiva humana em paciente que não recebeu vacina ou soro antirrábico e evoluiu para cura. No Brasil, em 2008, foi confirmada Raiva em um paciente mordido por um morcego hemató- fago e que após suspeita clínica, foi iniciado o protocolo de Milwaukee adaptado à realidade brasileira, resultando no primeiro registro de cura de Raiva humana, no país. Diante disso, a Secretaria de Vigilância em

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