DOENÇAS INFECIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO
Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 335 P ESTE de 4 a 6g, por via venosa, nas primeiras 48 horas, se houver gravidade. A Estreptomicina é um antibiótico bastante eficaz no tratamento da Peste, porém seu uso requer cuidado, pois pode causar intoxicação gra- ve. Dosagem: 0,5g, IM, de 4/4 horas, nos 2 primeiros dias; a seguir, de 6/6 horas, até a melhora clínica. O Cloranfenicol é administrado nas complicações que envolvem espaços tissulares, na dose de 50mg/kg/ dia, de 6/6 horas, durante 10 dias. O tratamento de suporte requerido pode ser intenso. Características epidemiológicas - A Peste, apesar de ser uma en- zootia de roedores silvestres que, só esporadicamente, atinge roedores sinantrópicos e o homem, tem grande importância epidemiológica por seu potencial epidêmico, sendo, por isso, doença de notificação com- pulsória. Sua cadeia epidemiológica é complexa, pois envolve roedores silvestres, roedores sinantrópicos, carnívoros domésticos (cães e gatos) e silvestres (pequenos marsupiais), pulgas e o homem. A sua persis- tência em focos naturais delimitados, no Brasil (nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro) e em outros países, torna difícil sua erradicação e impõe a manutenção regular do programa de vigilância e controle, mesmo com baixas ou esporádicas ocorrências de Peste bubônica e, até mesmo, na vigência de longos períodos semmanifesta- ção aparente de atividade pestosa. Bahia (303 casos acumulados entre 1983 e 2008), Ceará (126 casos acumulados entre 1983 e 2008) e Para- íba (54 casos acumulados entre 1983 e 2008) são os estados que mais registram casos. Rio Grande do Norte e Minas gerais registram casos esporádicamente. V IGILÂNCIA E PIDEMIOLÓGICA Objetivos - Impedir a transmissão para humanos dos focos naturais (prevenção primária); descobrir e cuidar precocemente dos casos hu- manos (prevenção secundária), visando diminuir a letalidade da doen- ça e impedir a reintrodução da Peste urbana no Brasil. Notificação - A Peste é uma doença de notificação compulsória (deve ser comunicada imediatamente, pela via mais rápida, às autoridades sa- nitárias) que continua tendo destaque no novo Regulamento Sanitário Internacional (ver capítulo Centros de Informações Estratégicas e Res- postas em Vigilância em Saúde e Rede Nacional de Alerta e Respostas às Emergências em Saúde Pública (Rede CIEVS)) devido potencial de causar formas pneumônicas de elevado poder de contagioso. A investi- gação epidemiológica de cada caso é obrigatória.
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