DOENÇAS INFECIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO

Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 115 Diagnóstico - É clínico, epidemiológico e laboratorial. Esse último é feito pela demonstração do parasita em exame micológico direto (es- carro, pus, LCR, raspado de lesão de pele, biópsia) ou em cultura de secreções em ágar-Sabouraud. A coleta e o processamento de material para cultura devem ser feitos por pessoal treinado, em laboratório de segurança nível II; a manipulação de culturas e/ou material de solo sa- bidamente contaminado pelo C. immitis devem ser feitos em nível de contenção de risco NB3. A histopatologia pode ser útil com achado de esférulas com endosporos. A sorologia é feita por meio da detecção de IgM e os níveis de IgG requerem criteriosa avaliação. Os testes cutâ- neos com esferulina têm pouco valor diagnóstico, pois permanecem positivos, mesmo após a infecção. São de valor epidemiológico, uma vez que detectam áreas onde ocorre a infecção. Diagnóstico diferencial - Tuberculose, meningite tuberculosa, paracoccidioidomicose, esporotricose, histoplasmose, neoplasias. No Brasil, é importante o diagnóstico diferencial com a leishmaniose visceral (Calazar), sobretudo em áreas onde ocorrem as duas doenças. Tratamento - Anfotericina B, 1 a 3g, dose total, seguida por Fluco- nazol, 400mg/dia, por 6 a 12 meses ou Itraconazol, 300mg/dia, pelo mesmo período. O critério de cura é clínico, agregado à negativação do exame micológico. O Fluconazol está especialmente indicado nas formas que comprometem o SNC, por sua excelente difusão cerebral. Características epidemiológicas - Até o final da década de 70, o Brasil era considerado área indene para essa doença. A partir do re- lato de vários casos, todos procedentes da região Nordeste, tornou-se imperativo que essa patologia entrasse no diagnóstico diferencial de agravos com quadro clínico semelhante. É comum nos Estados Unidos, no norte da Argentina, Paraguai, Colômbia, Venezuela, México e Amé- rica Central. Afeta qualquer idade, raça ou gênero (ocorrendo mais em homens) e apresenta maior incidência no verão. Nas áreas endêmicas, é doença importante entre arqueólogos, recrutas militares e trabalha- dores, cuja natureza da atividade pode acarretar o contato com o agente etiológico. No Brasil, a maioria dos casos descritos teve vínculo epide- miológico com o hábito de caçar tatu. V IGILÂNCIA E PIDEMIOLÓGICA Objetivos - Diagnosticar e tratar precocemente todos os casos para evitar as formas graves; identificar os focos, por meio da investigação, para o desencadeamento de medidas de educação em saúde, com vistas a impedir novas infecções. C OCCIDIOIDOMICOSE

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