DOENÇAS INFECIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO

Secretaria de Vigilância em Saúde / MS 408 Tracoma CID 10: A71 67 A SPECTOS C LÍNICOS E E PIDEMIOLÓGICOS Descrição - É uma ceratoconjuntivite crônica recidivante, afecção inflamatória ocular de começo insidioso ou súbito, que pode persistir durante anos se não tratada. Em áreas hiperendêmicas, em decorrência de infecções repetidas, produz cicatrizes na conjuntiva palpebral su- perior. No início, o paciente pode apresentar fotofobia, blefaropasmo, lacrimejamento e sensação de “areia nos olhos”, com ou sem secreção. Evolui para hipertrofia papilar como consequência da presença de fo- lículos e inflamação difusa da mucosa, principalmente da conjuntiva tarsal, que cobre a pálpebra superior. Essa inflamação crônica resulta em cicatrizes que evoluem para deformidades palpebrais e dos cílios (entrópio e triquíase) que, por sua vez, determinam a abrasão crônica da córnea com diminuição progressiva da visão. Caso não sejam trata- das, evoluem até a cegueira. As infecções bacterianas secundárias são frequentes e as secreções que se formam contribuem para aumentar a transmissibilidade da doença. Sinonímia - Conjuntivite granulomatosa. Agente etiológico - Chlamydia trachomatis , uma bactéria gram- negativa, dos sorotipos A, B, Ba e C. Reservatório - O homem, com infecção ativa na conjuntiva ou outras mucosas. Modo de transmissão - Contato direto, pessoa a pessoa, ou con- tato indireto, por meio de objetos contaminados (toalhas, lenços, fro- nhas). As moscas podem contribuir para a disseminação da doença, por transporte mecânico. Período de incubação - De 5 a 12 dias. Período de transmissibilidade - Enquanto existirem lesões ativas nas conjuntivas, que podem durar anos. Complicações - Entrópio (inversão da borda da pálpebra na direção da córnea) e triquíase (cílios em posição defeituosa nas margens das pálpebras, tocando o globo ocular), ulcerações de córnea, astigmatis- mo irregular, ptose palpebral, xerose e cegueira. Diagnóstico - Essencialmente clínico-epidemiológico. O exame ocu- lar deve ser feito por meio de lupa binocular, com 2,5 vezes de aumen- to. Na presença de sinais oculares característicos, é importante saber a procedência do paciente para se fazer o vínculo epidemiológico. O

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