PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

50 51 Prêmio de Residência Médica Prêmio de Residência Médica A MÉDICA PREMIADA Estudei na Escola de Medicina e Cirurgia – UNIRIO e fiz residência médica em Ginecologia e Obstetrícia, R1 e R2 no Hospital de Ipanema e Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth e R3 no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Na faculdade desenvolvemos projetos de extensão universitária e uma pesquisa com gestantes soropositivo para HIV. Na residência nosso hospital era referência no atendimento de adolescentes e ficamos motivados a dialogar com elas e conhecer melhor este universo, projeto que rendeu este prêmio. Um ano e meio após a conclusão da residência médica tive minha primeira filha e decidimos nos mudar para uma cidade menor. Em Colatina, interior do Espírito Santo, onde hoje resido, sou professora do curso de medicina do UNESC, fiz mestrado e no momento estou cursando o doutorado, sempre com foco em epidemiologia e saúde pública. E, dentre outros, desenvolvi uma nova pesquisa com gestantes adolescentes, agora com meus alunos de Iniciação Científica! Despertar nos futuros médicos o interesse por compreender o contexto social no qual as gestações e comorbidades acontecem, estimular que se importem e se vejam como agentes de mudança é hoje o grande desafio. DRA. ANA CRISTINA LACERDA MACEDO CRM 52 78088-0 ARTIGO PREMIADO EM SEGUNDO LUGAR COMPORTAMENTO SEXUAL E AUTO-IMAGEM DE GESTANTES ADOLESCENTES Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth RESIDENTE : Dra. Ana Cristina Lacerda Macedo PRECEPTOR : Dr. Anderson Anísio RESUMO : Este estudo visa identificar o perfil comportamental sexual e de auto-imagem das gestantes adolescentes e desta forma contribuir para melhor assistência a estas mulheres e mais eficiente abordagem de políticas públicas quanto ao tema. MÉTODO: Estudo transversal, com aplicação de questionário estruturado em gestantes de 10 a 19 anos, atendidas no Hospital Maternidade Oswaldo Nazareth no pré-natal, enfermaria de gestantes ou puerpério, de julho de 2005 a dezembro de 2006, solicitando consentimento informado. RESULTADOS E CONCLUSÃO: Foram entrevistadas 66 adolescentes. A gestante adolescente atendida no HMON tem 17 anos, é solteira, sua sexarca foi aos 14 anos, teve 1 ou 2 parceiros sexuais e sua primeira gestação ocorreu entre 0 e 6 meses após a sexarca, sendo esta uma gestação não desejada. Não usa camisinha “nunca”, não utilizava método anticoncepcional à ocasião da gestação. Dentre as que usavam, escolheram a camisinha, que acreditam ter falhado por utilização incorreta do método. Esta é a primeira gestação. Quanto à auto-imagem, declara que se achava bonita antes de engravidar, e que com a gestação ficou menos bonita. Antes de engravidar, pretendia estudar para seguir uma profissão, e acredita que conseguirá concretizar seus planos. DESCRITORES : GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA - AUTO-IMAGEM - COMPORTAMENTO SEXUAL INTRODUÇÃO A gravidez na adolescência é definida como aquela que ocorre em mulheres com menos de 19 anos, inclusive, e não se trata de um fenômeno novo. Em todo o mundo, especialmente nos países mais tradicionais, os casamentos ocorriam costumeiramente quando a menina estava no início da adolescência, seguida de gestação nos anos consecutivos1. No entanto, ao longo dos últimos dois séculos as estruturas social e familiar vêm se modificando, no contexto da industrialização, trabalho feminino, necessidades crescentes de bens de consumo e de investimento em educação. O aumento da independência dos pais contribuiu para tornar mais freqüentes as relações sexuais antes do casamento. Acredita-se ainda que o decréscimo na idade da menarca, fenômeno identificado em vários países1, pode ter contribuído para o aumento do número de casos. Uma menina de 14 anos, grávida. Que impacto terá a gravidez na vida desta adolescente, de seu parceiro, de suas famílias e desta criança que vai nascer? Muitas, muitas meninas grávidas. Além das mudanças para os indivíduos e núcleos familiares, que impacto terão estas gestações precoces na sociedade? A gestação traz grandes modificações para a vida do casal, especialmente da mulher e se ocorre

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