PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

253 Prêmio de Residência Médica PRIMEIRO LUGAR NO 10º PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA - 2013 COM A PALAVRA O PRECEPTOR Este estudo foi desenvolvido devido à relevância deste tema, visto que a depressão é considerada um problema de saúde pública de magnitude crescente e estima-se que aproximadamente 10% de pacientes atendidos por médicos generalistas, apresentem transtorno depressivo maior (TDM). Em indivíduos saudáveis ou com alguma cardiopatia, a presença de TDM é considerado um fator de risco para a ocorrência de eventos cardiovasculares e contribuem para um aumento da mortalidade geral e por doenças cardíacas. Nos pacientes deprimidos, com ou sem doença cardiovascular, podem ocorrer distúrbios fisiológicos que contribuem para o aumento da mortalidade e do risco de eventos cardiovasculares. Entre estas alterações, está incluída alteração do sistema nervoso autônomo (SNA), com aumento do tônus do sistema nervoso simpático em relação ao parassimpático. Esta desregulação do SNA, que é um importante modulador da repolarização ventricular, pode contribuir de forma significativa para o desenvolvimento de arritmias ventriculares. Além disso, estas mudanças no tônus autonômico cardíaco podem gerar modificações no intervalo QT de forma indireta (variações na frequência cardíaca) e direta (interferência na repolarização das células miocárdicas) A dispersão do intervalo QT (DQT), definida com a diferença entre os valores máximo e mínimo obtidos em cada derivação do eletrocardiograma de repouso, é considerada uma expressão indireta da heterogeneidade da repolarização ventricular e sofre influência do SNA. Visto que na depressão pode ocorrer o predomínio do tônus autonômico simpático e que a elevação da ação do SNS pode gerar um aumento da mensuração da DQT, foi realizado um estudo com uma amostra inédita, composta de mulheres sem doença cardiovascular, tabagistas ou em uso de antidepressivos. Esta amostra foi dividida em dois grupos, de acordo com a presença de Episódio Depressivo Maior (EDM), além disso, aplicou-se a Escala de Avaliação para Depressão de Hamilton com 17 itens, para quantificação do EDM. Foi observado que os valores da dispersão do intervalo QT (DQT e DQTc) foram significativamente maiores no grupo com EDM. Além disso, estes valores da dispersão do QT apresentaram correlação positiva significativa com a gravidade do EDM, independente da idade. Estes resultados sugerem a presença de distúrbio do sistema nervoso autônomo relacionados ao EDM em mulheres com depressão. Eu, como preceptor deste trabalho, sou imensamente grato à Dra. Luana da Graça Machado, que o apresentou de forma brilhante e conquistou o 1º lugar do 10º Prêmio de Residência Médica do CREMERJ (2013). Na época ela estava no primeiro ano de residência em Clínica Médica na 7ª Enfermaria (Clínica Médica IV) do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). DR. JULIO CESAR TOLENTINO JÚNIOR CRM 52 63824-2 Professor Assistente de Clínica Médica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

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