PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

224 225 Prêmio de Residência Médica Prêmio de Residência Médica O domínio dos conceitos dos angiossomos corporais permitiu modificar o planejamento das ilhas cutâneas no sentido de aumentar o arco de rotação e garantir a viabilidade comuma pequena área de contato entre músculo e ilha de pele17. Trabalhos recentes demonstraram que a utilização do retalho de trapézio inferior estendido além da espinha escapular é factível, já que é baseado na vascularização obtida pela artéria dorsal escapular e os “choke vessels” presentes entre os ramos desta e dos vasos intercostais, possibilitando retalhos musculocutâneos com tamanhos de até 7X38 cm, sem comprometimento do plexo dérmico e pele sobrejacente, e na grande maioria dos casos, mantendo a funcionalidade com abdução preservada 13,14,15,16 , porém séries maiores com resultados estatisticamente significativos ainda são necessários para a indicação desse tipo de procedimento. O retalho miocutâneo inferior do trapézio apresenta os seguintes aspectos positivos: reconstruçãocomtecidoadistânciada ressecção; pedículo vascular longo propiciando excelente arco de rotação sem produzir abaulamentos na região cervical; contém pouco tecido subcutâneo em sua ilha de pele, que apresenta quantidade reduzida de pêlos; permite a síntese primária da área doadora 1,2,10,13-16 . Apresenta as seguintes desvantagens: possibilidade de lesão do nervo espinhal e danos à movimentação do membro superior, e a cicatriz inestética resultante na área doadora. O retalho inferior do trapézio foi utilizado em situações específicas quando outros retalhos do tórax não ofereceriam uma reconstrução de melhor qualidade, ou seja, para reconstruções no ombro 16 , região cervical 9,10,13-15 , e regiões paraespinhal superior e paraescapulares. Outro motivo para a indicação destes retalhos foi a não previsão pré-operatória do porte da ressecção para que houvesse preparo para reconstrução microcirúrgica, visto que essa última é a primeira opção do serviço para grandes reparações em cabeça e pescoço. CONCLUSÃO Os retalhos miocutâneos são uma opção segura e versátil para a reparação de defeitos após ressecções oncológicas de tumores torácicos e em cabeça e pescoço. A despeito do aprimoramento contínuo das técnicas microcirúrgicas, os retalhos miocutâneos pediculados ainda encontram indicações nas reconstruções após ressecções oncológicas alargadas. O retalho inferior do músculo trapézio é uma alternativa segura e aplicável para as reconstruções de partes moles das regiões cervical lateral e posterior, região lateral da cabeça, ombro, e para as regiões paraespinhal superior e paraescapulares, principalmente em serviços que não dispõem da possibilidade de reconstruções microcirúrgicas. REFERÊNCIAS 1.Conley J. Use of composite flaps containing bone for major repairs in head and neck. Plast Reconst Surg 1972;49:522-6 2.Demergassu F & Piazza MV. Trapezius Myocutaneous Flap in Reconstructive Surgery for Head and Neck Cancer: an Original Technique. Am J Surg 1979;138:533-6 3.Baek SM; Billen HF; Kerspi YP & Lawson W . The Lower Trapezius Island Myocutaneos Flap. Ann Plast Surg 1980;5:108-14 4.McCraw, J.B., Dibbell. D.G., Carraway, J.H. “Clinical definition of independent myocutaneous vascular territories.” Plast. Reconstr. Surg. 30:341, 1977. 5.Mathes SJ, Nahai F. Trapezius Flap. In: Mathes SJ & Nahai F, editors. Reconstructive Surgery: Principles, anatomy and technique. 1st edition. New York: Churchill Livingstone Inc; 1997. p.651-77 6.Tan KC; Tan BK. Extended Lower Trapezius Island Myocutaneous Flap: a Fasciomyocutaneous Flap based on the Dorsal escapular Artery. Plast Reconst Surg 2000;105(5):1758-63 7.Panje WR. Mandible Reconstruction With the Trapezius Osteomusculocutaneous Flap. Arch Otolaryngol 1985; 111:223-229 8.Nishio S; Cordeiro AC; Brandão CG; de Brito e Silva Filho G; Dos Santos LR; Cernea CR; Tavares MR; de Araujo Filho VJ; Besteiro JM; Ferraz AR. Posterior Trapezius myocutaneous flap. Rev Paul Med 1993;111(2):367-74 9.Sibenchicot F ; Banthelemy I ; Phan E ; Michelet V ; Pinsoll J . Lateral Trapezius Flap in Cervico-facial Surgery . Apropos of 89 cases. Ann Chir Plast Esthet 1995;40(2):130-5 10.Aviv JE; Urken ML; Lawson W; Billen HF. The Superior Trapezius Myocutaneous Flap in Head and Neck Reconstruction. Arch Otolaryngol Head Neck Surg 1992;118(7):702-6 11.Yang D; Morris SF. Trapezius Muscle: Anatomic Basis for Flap Design. Ann Plast Surg 1998 41:52-7 12.Horch RE; Stark GB. The contralateral bilobed trapezius myocutaneous flap for closure of large defects of the dorsal neck permitting primary donor site closure. Head Neck 2000;22(5):513-9 13.Chen WL, Li J, Yang Z, Huang Z, Wang J, Zhang B. Extended vertical lower trapezius island myocutaneous flap in reconstruction of oral and maxillofacial defects after salvage surgery for recurrent oral carcinoma. J Oral Maxillofac Surg. 2007 Feb;65(2):205-11. 14.Chen WL, Zhang B, Wang JG, Yang ZH, Huang ZQ, Zhang DM. Reconstruction of large defects of the neck using an extended vertical lower trapezius island myocutaneous flap following salvage surgery for neck recurrence of oral carcinoma. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2011 Mar;64(3):319-22. Epub 2010 Jun 11. 15.Uğurlu K, Ozçelik D, Hüthüt I, Yildiz K, Kilinç L, Baş L. Extended vertical trapezius myocutaneous flap in head and neck reconstruction as a salvage procedure. Plast Reconstr Surg. 2004 Aug;114(2):339-50. 16.Rasheed MZ, Tan BK, Tan KC. The extended lower trapezius flap for the reconstruction of shoulder tip defects. Ann Plast Surg 2009;63: 184–187 17.Taylor, G. I., and Palmer, J. H. The vascular territories (angiosomes) of the body: Experimental study and clinical applications. Br. J. Plast. Surg. 40: 113, 1987. 18.Netterville, J L. Wood, D E. The lower trapezius flap. Vascular anatomy and surgical technique. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 117(1):73-6, 1991 Jan. 19. Haas F. Pierer G. Weiglein A. Moshammer H. Schwarzl F. Scharnagl E. The lower trapezius muscle island flap. Anatomic principles and clinical relevance. Handchir Mikrochir Plast Chir. 31(1):15-20, 1999 Jan. 20.Rosen, H. M. The extended trapezius musculocutaneous flap for cranio-orbital facial reconstruction. Plast. Reconstr. Surg. 75: 318, 1985. 21.Chandrasekhar, B., Terz, J. J., Kokal, W. A., Beatty, J. D., and Gottlieb, M. E. The inferior trapezius musculocutaneous flap in head and neck reconstruction. Ann. Plast. Surg. 21: 201, 1988. 22.Linss, W., Fuhrmann, P., Knappe, K., and Schumann, D. Anatomical investigations on the arteria transversa colli as stem vessel of pedicled musculocutaneous flaps in plastic surgery. Anat. Anz. 170: 227, 1990 23.Lynch, J. R., Hansen, J. E., Chaffoo, R., and Seyfer, A. E. The lower trapezius musculocutaneous flap revisited: Versatile coverage for complicated wounds to the posterior cervical and occipital regions based on the deep branch of the transverse cervical artery. Plast. Reconstr. Surg. 109: 444, 2002. 24.Weiglein, A., Haas, F., and Pierer, G. Anatomic basis of the lower trapezius musculocutaneous flap. Surg. Radiol. Anat. 18: 257, 1996. 25.Haas, F., Pierer, G., Weiglein, A., Moshammer, H., Schwarzl, F., and Scharnagl, E. Der untere M. trapezius- Insellappen: Anatomische Grundlage und klinische Relevanz. Handchir. Mikrochir. Plast. Chir. 31: 15, 1999. 26.Haas F, Weiglein A, Schwarzl F, Scharnagl E. The lower trapezius musculocutaneous flap from pedicled to free flap: anatomical basis and clinical applications based on the dorsal scapular artery. Plast Reconstr Surg. 2004 May;113(6):1580-90. Tabela 1 – Resumo dos casos Pacientes Idade (anos) Diagnóstico Tamanho da peça (cm) Topografia (Regiões) 1 64 Fibrossarcoma 13x8x5 Paraespinhal superior 2 53 Osteossarcoma 18x16x6 Ombro 3 64 Tumor da bainha de nervo periférico 11x9x5 Cervical posterior 4 54 CBC 15x11,5x5 Torácica superior 5 78 CEC 9,5x8,5x3 Cervical lateral 6 63 CBC 10x9,8x3 Auricular e Mastóidea 7 78 CBC 6x5x4,5 Auricular 8 72 CBC 7x5x3 Auricular e parotídea 9 71 CEC 9x8x3 Cervical lateral e auricular 10 58 Metástase cerebelar de câncer de ovário 13x6x3 Occipital e Cervical posterior 11 44 Pilomatrix carcinoma 18x13x3 Occipital e Cervical posterior 12 65 CEC 8x7x4 Parotídea 13 57 CEC 10x7x4 Parotídea e cervical 14 69 Sarcoma de partes moles 12x11x3 Torácica superior 15 77 CBC 8x6x3 Auricular 16 82 CBC 10x10x5 Cervical posterior 17 79 CBC 12x10x3,5 Occipital 18 55 Fibrossarcoma 14x7x4 Paraespinhal 19 73 CBC 19x7x6 Ombro

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2