PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

82 Prêmio de Residência Médica pelo chefe de enfermaria (staff da rotina) em 32 (50%), pelo pneumologista em 14 (21,9%), pelo residente em 12 (18,7%), pelo interno sob supervisão em 3 (4,7%), pelo infectologista em 2 (3,2%) e por orientação do infectologista em 1 (1,6%). Quanto aos critérios de troca, de 66 casos estudados, as alegações foram: manutenção da febre 27 (40,9%), piora clínica 11 (16,7%), infecção em outros sítios associada 5 (7,6%), piora radiológica ou laboratorial 5 (7,6%), surgimento de desconforto respiratório 4 (6,1%), suspeita de tuberculose pulmonar 4 (6,1%), manutenção da febre e queda do estado geral 3 (4,5%), aparecimento de complicações 3 (4,5%), por manutenção do quadro clínico inicial 3 (4,5%), e suspeita de pneumocistose 1 (1,5%). CONCLUSÕES Nas enfermarias do Hospital em estudo, a maioria das trocas de antibióticos ocorridas o foi pela manhã, provavelmente denotando a influência da supervisão e discussão dos casos pelos médicos da rotina com os residentes, corroborada tese quando se analisa que metade das trocas ocorreu por decisão daqueles médicos. A ocorrência de trinta por cento das trocas à tarde, pode ser justificada pelos resultados de exames que foram colhidos pela manhã e pela rotina (supervisão) médica à tarde, quando há mais uma oportunidade de discussão do caso pelo residente com o preceptor. O pequeno percentual de três por cento de troca à noite corrobora essa observação. Dois terços das trocas foram realizadas em dias úteis, chegando a oitenta e dois por cento quando é somada a sexta feira, analisada em separado pelo mito de que “troca-se na sexta porque após vem o fim de semana, quando não se mexe na prescrição”, o que pode apontar mais uma vez a influência da rotina e da discussão (“round”) rotina versus residente. Entretanto, pode-se observar, também, a importância do especialista (pneumologista) e do residente na decisão isolada pela troca; 21,9% e 18,8%. Com relação aos critérios utilizados para a troca, todos os citados são concordantes com as revisões recentes e a orientação da OMS e OPAS para o tratamento da criança internada com PAC em hospitais de médio e pequeno porte. Não observamos percentual importante de troca nos finais de semana ou feriados prolongados. Não encontramos na literatura estudos com esse objetivo e desenho metodológico. Pelas características peculiares do nosso hospital e da nossa rotina de trabalho, acreditamos não serem reprodutíveis esses resultados em grande parte dos outros hospitais do estado. Faz-se necessário adotar critérios para troca de antibióticos. RECOMENDAÇÕES 1) As enfermarias pediátricas devem manter staff médico e residentes, com supervisão à tarde e nos finais de semana, discutindo os casos diariamente, capacitando o futuro especialista para as decisões médicas; 2) Rotinas com critérios para o tratamento inicial e troca de antibióticos de crianças internadas com PAC devem ser formalizadas; 3) Um estudo multicêntrico, reunindo outros hospitais, é necessário para melhor avaliar os objetivos e resultados do presente estudo.

RkJQdWJsaXNoZXIy ODA0MDU2