PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

138 Prêmio de Residência Médica associação de morte, infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular encefálico (AVE) ou necessidade de nova intervenção por angioplastia ou CRVM. Os desfechos secundários foram cada um dos eventos isolados. RESULTADOS Foram estudados 181 pacientes que preencheram os critérios de inclusão, os quais foram acompanhados por 3,7 ± 2,2 anos. Trinta e nove pacientes foram mantidos em tratamento clínico (22%) e 142 foram submetidos à CRVM (78%). Não houve diferenças significativas entre os 2 grupos em relação à idade, sexo, prevalência de angina de peito, fatores de risco coronariano, infarto prévio, presença de doença vascular periférica, doença carotídea, disfunção do ventrículo esquerdo (fração de ejeção <45% ao ecocardiograma) ou número de vasos acometidos. Insuficiência renal crônica foi mais freqüente nos pacientes em tratamento clínico (23,1% vs 7,7%, p=0,004). Quatorze (36%) pacientes mantidos em tratamento clínico apresentaram o desfecho primário em comparação com 49 (35%) dos submetidos à CRVM (p=NS). A análise isolada de cada um dos desfechos secundários também não mostrou diferença significativa entre os grupos de tratamento clínico em relação à CRVM, respectivamente: morte (23,1% vs 14,8%), IAM (0% vs 2,1%), angioplastia (2,6% vs 4,2%) e AVE em (0% vs 0,7%). Não houve CRVM durante o seguimento em ambos os grupos. A análise dos subgrupos mostrou que somente naqueles pacientes com fração de ejeção<45%, o tratamento com CRVM foi superior ao tratamento clínico em relação àmortalidade: 22,9%vs 53,8%, p<0,001. Na análise multivariada de Cox, os preditores independentes de morte foram a idade (X2=5,6) e a presença de disfunção ventricular esquerda (X2=9,2) (p<0.05), mas não o tipo de tratamento efetuado. CONCLUSÃO Neste estudo retrospectivo de pacientes com LTCE, o tratamento cirúrgico não mostrou superioridade sobre o tratamento clínico em relação à mortalidade, exceto naqueles pacientes com disfunção ventricular esquerda. Novos ensaios clínicos prospectivos e randomizados tornam-se necessários para confirmar os achados do presente estudo, tendo em vista os grandes avanços no tratamento da doença coronariana desenvolvidos nas últimas décadas.

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