PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

26 27 Prêmio de Residência Médica Prêmio de Residência Médica a decisão da equipe médica quanto aos benefícios e cuidados a estes pacientes. Este método permite complementar a necessidade ou suspensão do suporte avançado de vida, comparar do desempenho entre diversas unidades e estratificar grupos de pacientes para avaliação de novas tecnologias e procedimentos terapêuticos. Obtém-se os dados através da coleta de variáveis clinicas e laboratoriais, ponderando valores de acordo com os resultados, que ao final se traduzem numa escala numérica de 0 a 71. UPG – UNIDADE DE PACIENTES GRAVES – CTI EMERGÊNCIAS Unidade criada num hospital público de emergência devido à: - necessidade de intervenção intensiva precoce para a revisão da gravidade (TCE grave, infarto agudo do miocárdio, sepse, acidente vascular encefálico isquêmico, insuficiência renal aguda). - grande demanda de pacientes graves a serem atendidos (instabilidade hemodinâmica, insuficiência respiratória, coma, iminência de falência de órgãos). - absoluta falta de leitos disponíveis em outras unidades intensivas. Ou seja, atuar como unidade de terapia intensiva dentro da emergência: ser a unidade de emergência dentro da emergência. CARACTERÍSTICAS A unidade é constituída de uma chefia médica, com rotinas e plantonistas, equipes de enfermagem, fisioterapeutas e nutricionistas. 11 leitos, com monitorização cardíaca contínua, oximetria, 12 ventiladores microprocessados (Inter Plus, Inter-5, Takoka Monterrey). Faculdades de Medicina, enfermagem e Fisioterapia mantém convênio com a Secretaria Municipal de Saúde para realizarem estágios e internato nesta unidade. Bolsistas, estagiários, acadêmicos, médicos em estágio profissional e residentes participam das atividades de aprendizado e treinamento. Existe uma discussão e programação diária do acompanhamento dos pacientes internados (rounds), sessões clinicas com apresentação de artigos científicos, elaboração de protocolos de atendimento e de trabalhos científicos. MATERIAIS E MÉTODOS Foram analisados todos os pacientes internados por mais de 24 horas na UPG, num total de 327, entre os dias 28 de agosto de 2002 até o dia 30 de março de 2003. Foram coletados os dados necessários para a elaboração do APACHE II e avaliação do risco de óbito (sinais vitais, escala de coma de Glasgow, dados laboratoriais, diagnósticos). A coleta consistiu em registrar os piores resultados nas primeiras 24 horas da internação e registro no questionário previamente elaborado no programa EPI-info 6. Foram excluídos os pacientes que permaneceram menos de 24 horas na UPG, seja devido à transferência ou óbito. Comparamos os resultados com os índices de outras unidades de terapia intensiva brasileiras publicados em literatura APACHE II e risco de óbito. O trabalho teve um caráter descritivo da UPG recém implantada e não foi realizada analise estatística. RESULTADOS Foram avaliados 327 pacientes: 134 (41%) do sexo feminino e 193 (59%) do sexo masculino, idade média dos pacientes de 56.7 anos (mediana de 59). Foram constatados 147 (44.9%) óbitos entre estes pacientes, sendo que 76 (53,1%) eram do sexo masculino. Os diagnósticos iniciais mais frequentes foram: - acidente vascular encefálico hemorrágico (24%) - doença arterial coronariana (23%) - politraumatismo (16%) - sepse (12%) Analisando a escala de APACHE II entre os pacientes internados verificou-se que os óbitos ocorrem a partir da escala maior que 14, conforme os dados da tabela 1. A média da escala APACHE II dos pacientes internados na UPG foi de 22.7 (5-39). ÓBITOS APACHE II não sim TOTAL 5 a 9 12 0 12 10 a 14 24 2 26 15 a 19 51 12 53 20 a 24 43 44 87 25 a 29 40 59 99 30 a 34 8 20 28 35 a 39 2 10 12 Total 180 147 327 Tabela 1: Mortalidade distribuída de acordo com a escala APACHE II divididos em intervalos de 5 pontos Comparando agora o risco de óbito previsto aos pacientes e os óbitos ocorridos, obteve-se os resultados apresentados na tabela 2. ÓBITOS RISCO % não sim TOTAL previsto% observ% 0 a 9 28 0 28 4,5 0,00 10 a 19 16 3 19 14,5 14,20 20 a 29 55 10 65 24,5 15,80 30 a 39 25 18 43 34,5 41,20 40 a 49 27 30 57 44,5 52,60 50 a 59 8 32 40 54,5 80,00 60 a 69 12 23 35 64,5 65,70 70 a 79 8 24 32 74,5 75,00 80 a 89 1 7 8 84,5 87,90 Total 180 147 327 45,5 42,00 Tabela 2: Distribuição dos 327 pacientes de acordo com a mortalidade prevista e a observada, divididos em faixa de risco de 10% Os óbitos ocorreram em pacientes com graves alterações fisiológicas (APACHE II > 15) com correlação até a data dos casos coletados, de risco de óbito previsto com o ocorrido em 92.3% dos casos. Comparando os resultados obtidos com outros estudos publicados, obteve-se os dados da tabela 3. APACHE II Média UPG-HMSA 22,7 Estudo Multicêntrico Brasileiro 19,6 Terapia Semi-Intensiva Pós OperatóriaHUCFF-UFRJ 15,6 CTI-HUCFF-UFRJ 16,6 CTI-HU Universidade Estadual de Londrina 16,9 Tabela 3. Comparação dos índices APACHE II de diversas instituições brasileiras. Comparando-se agora o risco de óbito da UPG com outras unidades intensivas, resumindo os dados da tabela 4. Risco de Óbito % Média UPG-HMSA 42,00 Avaliação de Pacientes na UTI 26,60 UnidadeSemi-IntensivaPósOperatóriaHUCFF-UFRJ 23,00 CTI-HUCFF-UFRJ 25,80 CTI-HU Universidade Estadual de Londrina 26,00 Tabela 4. Comparação dos riscos de óbito da UPG-HMSA com outras unidades de terapias intensivas DISCUSSÃO Criada há dois anos, com corpo clínico e rotinas próprias, a UPG é uma unidade pioneira e qualificada para atendimento mais imediato do paciente agudamente enfermo, diante da falta de estrutura, alta mortalidade, diminuição de leitos de cuidados intensivos, altos custos e grande demanda de atendimentos urgentes dos hospitais públicos. Este tipodeunidadedeatendimento,maispróximo à emergência, mostrou-se de grande relevância em modificar o prognóstico dos pacientes, como mostram os estudos e a experiência de serviços que adotaram esta estratégia. Internam-se até 60 pacientes por mês que, sem esta unidade, permaneceriam na emergência ou aguardariam uma vaga ou transferência, num período decisivo para a revisão da doença. Esta análise dos pacientes internados nos primeiros oito meses desta unidade recém estruturada prestou-se a fornecer dados do perfil do paciente: alta média de idade (56

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