PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

240 241 Prêmio de Residência Médica Prêmio de Residência Médica CRITÉRIOS DO ESTUDO CARACTERÍSTICAS GERAIS Foi realizado um estudo prospectivo com 40 pacientes com diagnóstico duvidoso ou sem diagnóstico prévio, sendo 22 do sexo feminino e 18 do sexo masculino com idade variando de 18 a 57 anos, que foram analisados no período de Junho de 2.010 a Outubro de 2.011. Revisão dos prontuários e consultas médicas sucessivas foram usadas como fontes de informaçãoparaa formulaçãodiagnósticaqueuma vez estabelecida foi validada na escala ganhando uma pontuação. Evolutivamente comparou-se o quadro clínico do paciente e a correspondência com a hipótese validada na escala. Seleção da amostra Os pacientes vieram da enfermaria (9 pacientes), ambulatório (19 pacientes) e emergência (12 pacientes) do IMPP. Foram analisados e divididos em 2 grupos: aqueles que não tinham nenhuma hipótesediagnósticafirmada,ouqueodiagnóstico era muito vago configurando apenas alguma síndrome (8 pacientes), e aqueles que receberam mais de um diagnóstico nos últimos 2 anos e que ainda pairavam dúvidas sobre qual diagnóstico definitivo, ou que despertaram a nossa atenção, por discordarmos do diagnóstico estabelecido, durante o período que foram acompanhados (32 pacientes) conforme fluxo abaixo. Figura 1: Pacientes avaliados A EVD foi aplicada no momento da suspeita diagnóstica, não necessariamente no primeiro dia de atendimento, colocando a prova as hipóteses que eram consideradas para o caso de forma comparativa. A hipótese de maior pontuação foi considerada a mais adequada e baseou a observação e conduta ao longo do tempo. Pacientes que apresentaram inicialmente baixas pontuações em todas as hipóteses (<75 pontos) foram reavaliados sucessivamente para outras hipóteses, ao mesmo tempo em que mais dados eram coletados, até que uma hipótese mais condizente com o caso fosse estabelecida (>80 pontos) conforme modelo de interpretação da EVD com orientações quanto à conduta (anexo 2). RESULTADOS O resultado dos pontos na EVD seguiu o fluxo abaixo: Figura 2: Fluxo de resultado dos pacientes avaliados Assim temos que dos 8 pacientes sem diagnóstico prévio a escala foi aplicada para a principal hipótese, destes 7 receberam pontuação superior a 85 pontos (diagnóstico altamente provável), o qual se manteve ao longo dos meses subsequentes com boa evolução. Um paciente teve pontuação inferior a 70 na escala (diagnóstico sugestivo) sendo necessário levantar outra hipótese diagnóstica a qual uma vez testada na escala obteve pontuação maior que 80 e mostrou-se mais adequada ao caso ao longo dos meses. Isso demonstra 100% de eficiência no grupo dos pacientes sem diagnóstico prévio (20% dos pacientes do estudo). Nos 32 pacientes com diagnósticos questionáveis a escala foi testada para as duas principais hipóteses. Em 30 pacientes uma das hipóteses apresentou pontuação superior a 80 a qual foi a mais adequada para a condução subseqüente ao longo dos meses. Um paciente apresentou pontuações com valores muito próximos entre as duas hipóteses mantendo seu diagnóstico inconclusivo pelo período acompanhado. Um paciente apresentou 75 e 60 pontos nos diagnósticos avaliados, mas esses não se mostraram adequados ao longo dos meses. Para o grupo de pacientes com diagnóstico duvidoso a escala mostrou-se eficiente em 93,75 % dos casos. Considerando a totalidade dos casos temos 95 % de eficiência no uso da escala. Antes da aplicação da escala observamos que 4 pacientes apresentavam mais de um diagnóstico como condição importante para o entendimento do caso. Após a aplicação da escala o número de pacientes com diagnósticos co-mórbidos relevantes para o entendimento do caso subiu para 12. Esse aumento em especial ocorreu pela investigação clínica e pelo entendimento em eixos da construção diagnóstica. O detalhamento dos diagnósticos suspeitos frente aos encontrados segue a tabela abaixo: Diagnóstico Quantidade antes da EVD Quantidade após EVD Esquizofrenia 17 06 Transtorno Esquizoafetivo - 01 Transtorno Bipolar do Humor 09 06 Depressão 09 05 (exclui depressão bipolar) - 01 Transtorno de Estresse Pós-traumático - 03 Distimia 02 04 Transtornos de Personalidade - 02 Transtorno de Ansiedade Generalizada 01 02 Síndrome do Pânico - 01 Transtorno Obsessivo Compulsivo - 01 Transtorno Dissociativo - 01 Transtorno do Controle de Impulsos 01 02 Fobia Social - 01 Asperger - 03 Retardo - 03 Psicose transitória (inclui squizofreniforme / Transtorno Psicótico breve/ Psicose reativa) - 05 Condições clínicas (Hipotireoidismo / Deficiência de vitamina B12/ Esclerose Múltipla/ Abstinência de medicação / Síndrome serotoninérgica/ Transtorno cognitivo leve/ Epilepsia de lobo temporal - 07 Total 39 51 Tabela 1: Relação dos diagnósticos antes e após uso da EVD Conforme podemos perceber na tabela o diagnóstico mais encontrado foi o de Esquizofrenia, seguido de Transtorno Bipolar (basicamente descrito como tipo 1) e Depressão. O diagnóstico de depressão antes do uso da EVD sugeria muitas vezes uma síndrome depressiva inespecífica, mas não foi colocada dessa forma e revelou muitas vezes condições clínicas como causa principal e outras hipóteses mais acertadas ao caso. Todos os pacientes com diagnóstico de Esquizofrenia após a EVD tinham o mesmo diagnóstico anteriormente demonstrando boa sensibilidade geral para o diagnóstico dessa doença, mas baixa especificidade, pois dos 17 iniciais apenas 06 se confirmaram com o uso da escala. Por sinal todos os outros diagnósticos tiveram casos que não se mantiveram com o uso da escala e foram alocados em outras hipóteses. Como exemplo, dos 4 pacientes com diagnóstico de transtorno de personalidade após o uso da escala, apenas 1 tinha essa hipótese antes do uso da escala e a manteve. O outro paciente com diagnóstico prévio de transtorno

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