PRÊMIO DE RESIDÊNCIA MÉDICA

266 267 Prêmio de Residência Médica Prêmio de Residência Médica O MÉDICO PREMIADO Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 2011. Ginecologista e Obstetra com Residência Médica pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro – MS (HFSE). Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) – FEBRASGO Residente de Mastologia do Instituto Nacional de Câncer (INCA). DR. PAULO MAURICIO SOARES PEREIRA FILHO CRM 52 91993-4 ARTIGO PREMIADO EM TERCEIRO LUGAR TRATAMENTO DE SUCESSO DE GESTANTE PORTADORA DE LEUCEMIA LINFOCÍTICA AGUDA HOSPITAL Hospital Federal dos Servidores do Estado RESIDENTE: Dr. Paulo Mauricio Soares Pereira Filho PRECEPTORA: Dra. Carolina Carvalho Mocarzel DESCRITORES : LEUCEMIA LINFOCÍTICA AGUDA – TRATAMENTO - GESTANTES As neoplasias hematológicas representam 25% das malignidades que complicam as gestações, atrás do câncer de mama (26%) e do câncer de colo uterino (26%). As leucemias sincrônicas a gestação apresentam incidência aproximada de 1:75000 a 1:100000 casos. Na população não gestante 43% das leucemias são agudas e 41% são crônicas, entretanto, durante a gravidez 90% das leucemias são classificadas como agudas. Quanto à linhagem de origem, pode-se dizer que 68% são mieloide (sendo 61% aguda e 7% crônica) e 31% são linfoide (sendo 28% aguda e 3 % crônica). Este trabalho tem como objetivo relatar o seguimento de gestante de 38 anos com 24 semanas de idade gestacional com passado de carcinoma ductal infiltrante de mama tratada com quimioterapia neoadjuvante, mastectomia, esvaziamento axilar e radioterapia há 5 anos que foi internada em nosso serviço com gengivorragia e anemia à esclarecer. À admissão, a análise do sangue periférico pela hematologia revelou Hematócrito de 17,3%, 14000 plaquetas e 21% de blastos. Foi realizado mielograma que mostrou medula tendendo à hipercelularidade, displasia do setor eritroide e setor linfóide displásico com 30% de blastos. A principal hipótese diagnóstica foi mielodisplasia de alto grau evoluindo para leucemia linfocítica aguda (LLA). À imunofenotipagem foram observados 48,6% de células blásticas de origem linfóide T. Associou-se o desenvolvimento dessa neoplasia ao fato da paciente já ter sido exposta a radioterapia, o que representa um fator de risco importante na sua gênese. O caso foi amplamente discutido entre as equipes de hematologia, obstetrícia, neonatologia e a paciente, havendo sido expostos os riscos e benefícios do imediato inicio da terapia. Foi oferecida à mesma a opção pela interrupção da gravidez ou inicio do tratamento quimioterápico ainda gestante com resolução da gestação com idade gestacional segura de acordo com a capacidade da UTI neonatal. Foi explicado que a demora no tratamento da LLA pode afetar negativamente o prognóstico materno, entretanto, a quimioterapia pode provocar uma série de complicações fetais, quando utilizada durante a gestação. Foi decidido em comum acordo o inicio precoce do tratamento com manutenção da gestação. Iniciou-se um esquema adaptado de tratamento quimioterápico para indução de remissão com prednisona 100mg/dia por 28 dias, vincristina 1 mg e mitoxantrona 10 mg semanais, durante 4 semanas, visto que seria mais seguro para o feto que estava no segundo trimestre. Foi realizado também suporte para as complicações da quimioterapia, como neutropenia febril,

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