DIRETRIZES GERAIS PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA DO TRABALHO

78 DIRETRIZES GERAIS PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA DO TRABALHO 1. A integridade do organismo, no sentido mais amplo da palavra, compreendendo a in- tegridade anatômica e fisiológica, isso significando ausência de lesão ou incomodidade. 2. Uma adaptabilidade suficiente do homem ao ambiente. Nesse sentido são impor- tantes os indicadores objetivos e quantitativos que são proporcionados pela avalia- ção médica. Esses indicadores, por sua variação fora da normalidade, servem para mostrar a presença ou a gravidade de uma doença. Eles também podem nos dar uma noção sobre os níveis de saúde de uma pessoa, se mais alto ou mais baixo, medida pelo modo de funcionamento dos órgãos e sistemas, a magnitude das reservas or- gânicas, a precisão na regularidade e na temporalidade das funções, as respostas aos estímulos, o estado da homeostase, etc. A condicionalidade recíproca do organismo e do meio ambiente é o fundamento de sua unidade, da saúde e da vida. Entretanto, um bom estado de saúde é, em verdade, uma condição de certo modo subjetiva. Não devemos esquecer e há que ter cuidados na hora de interpretá-la, pois, como se sabe, a euforia sobre simples dados numéri- cos nem sempre exclui a presença de doença ou é uma garantia de saúde. Em outras palavras, em Medicina não há interpretações mecânicas. Tudo deve re- sultar da observação e da interpretação científica dos fatos vitais, calcadas principal- mente no manejo clínico e no uso do bom-senso. Por outro lado, a primeira manifestação essencial de uma doença é a lesão do orga- nismo, que se mostra através da alteração de sua integridade, ruptura de sua estrutu- ra, transtorno das funções, ausência ou excesso de substâncias biologicamente ativas, insuficiência nos mecanismos da homeostase, etc. Desse modo, a lesão e a reação são condições necessárias, e ao mesmo tempo sufi- cientes, para determinação de doença ou quebra da normalidade. Não se trata de um somatório, mas de uma unidade de sintomas essenciais. Isso quer dizer que a doença é a reação do organismo à sua lesão e expressa, no caso da medicina do trabalho, a contradição dialética do desenvolvimento da patologia ocupacional. No organismo existe a interação entre dois processos opostos que se excluem e se condicionam reciprocamente - lesão e reação. Objetivo primordial e essencial dos exames médicos ocupacionais é determinar, pre- cocemente, a existência de lesões, através de suas reações iniciais no organismo do trabalhador. Com isso tem início o diagnóstico: distinguir ou reconhecer em cada caso concreto a quebra da homeostase orgânica, de que lesão se trata e suas reações, e mais, as suas formas de adaptação (condições crônicas) ao agente excitador de origem física, química ou biológica.

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