DIRETRIZES GERAIS PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA DO TRABALHO

56 DIRETRIZES GERAIS PARA O EXERCÍCIO DA MEDICINA DO TRABALHO 5 - Procure ajuda toda vez que precisar. Procure assessoramento com a engenharia de segurança e a área de recursos humanos ou de projetos. O médico do trabalho não deve ficar na incômoda situação de lhe perguntarem: “Então doutor, o que te- mos de fazer para melhorar?” E o médico do trabalho não saber. 6 - Tenha critérios de flexibilidade e de inflexibilidade; é importante saber que nem sempre se deve ser inflexível. Seja inflexível quando houver risco importante para a saúde ou a vida do trabalhador. E esqueça o orgulho próprio quando se tratar de problemas menores ou transitórios. 7 - Promova o serviço médico entre os trabalhadores; use o prestígio natural que o médico tem e oriente-os sobre coisas que eles gostariam de saber. Ouvir os trabalha- dores é um bom indicador para isso. Doenças sexualmente transmissíveis, planeja- mento familiar, orientação sexual. Primeiros Socorros no lar e na escola. Aproveite a oportunidade e entre com seu tema de saúde no trabalho. 8 - Seja equilibrado no trato de conflitos entre a administração e o empregado; tenha regras claras que prevejam a conduta em situações conflitantes, certificando-se de que os trabalhadores a conhecem. Nunca brigue ou se exalte com um trabalhador. Seja educado e compreensivo quando tiver de adverti-lo. Lembre-se que problemas como absenteísmo elevado e “indivíduos problemáticos” são, basicamente, proble- mas da administração da empresa, e não do médico do trabalho. 9 - Busque o apoio superior, quando necessário; mas, quando o fizer, esteja munido de todas as informações, no sentido de demonstrar que o que era possível fazer sem apoio da chefia foi feito. 10 - Acredite no que faz; a crença naquilo que se está fazendo possibilita que, após os revezes, a pessoa retome as energias e reinicie o trabalho. Caso não haja convicção de o que faz é bom ou importante, está-se a um passo da desistência após os primei- ros fracassos. E por falar em revezes e fracassos, o médico do trabalho deve estar preparado para eles. Mas a perseverança vai proporcionar, também, muitas ocasiões de satisfação pessoal para verificar que é possível e viável desenvolver, dentro das instituições, um programa amplo de promoção e proteção da saúde das pessoas. C a p í t u l o 2 E s t r u t u r a ç ã o d a A t e n ç ã o M é d i c a a o T r a b a l h a d o r Do ponto de vista da prática profissional, a medicina do trabalho sempre foi exercida sob dois paradigmas distintos, ainda que complementares. O paradigma da medicina individual ou curativa com base nos procedimentos médico-clínicos tradicionais e o da medicina coletiva ou preventiva com raízes na metodologia empregada em saúde

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