CREMERJ, CFM e SES debatem situação da saúde no Rio de Janeiro
14/02/2014
O presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, participou de um encontro que reuniu o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto D’Ávila, e o secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Marcos Musafir, nessa terça-feira, 11. Na ocasião, Sidnei aproveitou a oportunidade para chamar atenção para a crise que o Hospital Estadual Getúlio Vargas tem enfrentado.
Segundo ele, em assembleia realizada na segunda-feira, 10, com o Conselho e o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ), para mobilizar os médicos a participarem do movimento nacional em abril, os colegas desabafaram que é grave a falta de clínicos, a superlotação da emergência e as condições péssimas de trabalho na unidade. Os médicos também relataram dificuldades de diálogo com a direção e a ameaça de transferência dos estatutários para a entrada de uma Organização Social (OS).
Ainda de acordo com Sidnei, duas médicas estão sendo ameaçadas de morte pelo filho de uma paciente que faleceu durante o plantão delas. Uma das médicas, que esteve na assembleia do dia 10, pediu orientação ao CREMERJ e enviou um e-mail relatando seu drama, que foi entregue ao secretário.
“Os médicos mostraram bastante indignação e decidiram por unanimidade fazer uma manifestação na semana que vem. Os serviços eletivos serão paralisados durante o ato, mas a emergência vai funcionar normalmente. A categoria é consciente da necessidade que a população tem e não vai prejudicar o atendimento prestado a ela”, afirmou.
O presidente do CFM, Roberto D’Ávila, considerou como fundamental esse diálogo entre Conselho e Secretaria Estadual de Saúde para que haja melhorias no setor, das condições de trabalho e da prestação do atendimento à sociedade. D’Ávila acrescentou que o mau funcionamento dos hospitais federais e universitários prejudica ainda mais a situação do Estado e do município.
“Essa reunião é muito importante e os Conselhos Federal e Regional estão aqui para colaborar. Para nós, é necessário maior investimento para a saúde e melhores condições de trabalho, com salários dignos”, frisou.
O secretário estadual de Saúde, por sua vez, disse que irá avaliar a situação do Getúlio Vargas. Sobre a situação do Hospital Geral da Santa Casa da Misericórdia, Musafir informou que foi formado um grupo de trabalho com representantes dos governos federal, estadual e municipal para estudar a reativação de leitos da unidade.
“Esse grupo de trabalho segue as orientações da Vigilância Sanitária Estadual (Visa) para que a unidade possa se readequar às normas da própria Visa. Estamos empenhados nisso, pois queremos essa reativação o quanto antes”, garantiu Musafir.