Clipping - Estado do Rio em alerta
O Dia / Rio de Janeiro
18/02/2019
Casos de chikungunya nos primeiros 43 dias de 2019
cresceram 114% em relação ao mesmo período de 2018. Medidas simples evitam
proliferação do Aedes Aegypti
Os números são alarmantes. Os casos de febre chikungunya
registrados em todo o Estado do Rio em 2019 cresceram 114% em re- lação ao
mesmo período do ano passado. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde
(SES), de 1º de janeiro até a última terça-feira, dia 12, foram 3.289
diagnósticos, contra 994 em 2018. Não por acaso, a SES e a Prefeitura do Rio
iniciam hoje campanhas de prevenção da doença, que é transmitida pelo Aedes
Aegypti e tem como principais sintomas dor intensa nas juntas e febre.
“O avanço tem duas razões principais: a primeira delas é
que por ser uma doença recente, a população cario- ca ainda não tem anticorpos,
o que leva a um número maior de pessoas suscetíveis a contraí-la. E neste
perío- do do ano há uma frequência maior de chuva e uma temperatura mais
elevada, condições que aceleram o processo de reprodução biológica do mosquito
Aedes Aegypti”, explica Rivaldo Venâncio da Cunha, pesquisador da Fiocruz.
Foi após um dia normal no estágio que Davi Coppe, morador
de Bonsucesso, na Zona Norte, começou a sen- tir uma dor intensa nas
articulações do joelho esquerdo. À noite, o estudante de engenharia passou a
ter febre. Preocupado, ele foi ao médico e recebeu diagnóstico de febre chikungunya.
“Passei mais de três meses sentindo dor intensa em pelo menos uma das
articulações e alguns dias com febre inten- sa. A minha sorte foi que as dores
não permaneceram”, lembra.
Já o sargento da Polícia Militar do Rio (PMERJ) Tércio
Prado Ferreira, morador de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, con ta que
começou a sentir os sintomas e foi diagnosticado com a doença há mais de dois
anos. Mesmo assim, as dores nas juntas seguem até hoje. “Comecei a sentir dores
horríveis nas articulações. Era insuportável. Cheguei a tomar injeção de
corticoide para aguentar fazer tarefas simples, como levantar da cama. Hoje,
continuo com dores, mas estão mais isoladas”, explica o PM, que man- tém
tratamento com um reumatologista.
Ações preventivas
Segundo Alexandre Chieppe, subsecretário de Vigilância em
Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), bastam ações simples e rotineiras
por parte da população para o controle da chikungunya. “Parece pouco, mas dez
minutos por semana é tempo suficiente para que uma pessoa olhe todos os
possíveis focos do mosquito na sua residência. A vistoria deve acontecer em
caixas d’água, tonéis, vasos de plantas, calhas, garrafas, lixo e bandejas de
ar-condicionado. Com tais medidas de prevenção é possível evitar a proliferação
do Aedes Aegypti”, ensina.
O uso de repelentes também é uma forma de se prevenir.
Desde que pegou chikungunya, a analista comercial, Karina Andrada, de 22 anos,
não se descuida mais. “Fui a uma cachoeira, não usei repelente e peguei a
doença. A dor era horrível. Hoje, uso repelente diariamente, não deixo foco de
água na minha casa, em vasos de planta, nada disso. Fiquei bem mais atenta
depois disso. Presto muito atenção para não deixar foco de água parada”, diz.
Para combater a doença, a Secretaria de Estado de Saúde lança
hoje a campanha Atitude Contra o Mosquito, que busca alertar a população
através das redes sociais sobre os riscos das doenças e dar dicas de como
eliminar os focos do Aedes Aegypti dentro da própria casa. Já a Prefeitura do
Rio inicia, também hoje, a Semana de Combate às Arboviroses — doenças
transmitidas por insetos —, com atividades nas unida- des de saúde de atenção
primária (clínicas da família) e escolas municipais.
Campanha contra febre amarela
O Governo do Estado também promove, a partir de hoje,
campanha de vacinação contra a febre amarela. Segundo a Secretaria de Estado de
Saúde, serão montados 35 postos de vacinação com o objetivo de imunizar 4
milhões de pessoas e alcançar a cobertura vacinal de 95% do público-alvo até
maio. Ao todo, já foram imunizados cerca de 11 milhões de pessoas, o que
representa a 73% da meta.A Central do Brasil será o primeiro local a receber a
vacinação, que acontece até a próxima quinta-feira, de 8h às 13h. As doses
ainda serão disponibilizadas na Praça XV, Calçadão de Nova Iguaçu, São João de
Meriti, Rodoviária Novo Rio, Ceasa e Mercado São Pedro, entre outros pontos,
conforme calen- dário definido pela SES.Segundo o subsecretário de Vigilância
em Saúde, Alexandre Chieppe, a vacina tem restrições para alguns grupos. “Ela
não é indicada para bebês menores de 9 meses, pessoas com contra indicações
especiais (pacientes imunodeprimidos, com doenças hematológicas graves, entre
outras) e grávidas”, explica.