Clipping - Hospital de Acari agoniza
Expresso da Informação / Cidade
13/11/2017
Por falta de dinheiro, unidade deixou de fazer cirurgias e fechou uma ala de internação
Sem a clínica cirúrgica, a realização do exame de
colonoscopia foi suspensa. Já o setor de imagens não imprime laudos porque não
há papel. A área que cuida de saúde mental recusa novos pacientes. Apenas o
atendimento às grávidas está normalizado.
Os profissionais da unidade também penam com a falta de dinheiro: eles estão sem receber o salário de outubro e, segundo a equipe, não há previsão de pagamento.
— A coordenação informou que não houve repasse de verba da
prefeitura e, por isso, eles fecharam a clínica cirúrgica por falta de insumos
e para pressionar — contou uma funcionária, que realiza operações de média
complexidade, como intervenções na vesícula.
De acordo com os funcionários, essa não é a primeira vez
que as cirurgias são suspensas. Há dois meses, a medida já tinha sido tomada, e
a Secretaria municipal de Saúde liberou o dinheiro com agilidade. Dessa vez, no
entanto, a verba ainda não chegou.
O Hospital de Acari é administrado pela organização social
(OS) Viva Rio, com dinheiro da Prefeitura do Rio. A OS assumiu o controle da
unidade em dezembro de 2015, após os donos da antiga administradora, a OS
Biotech, serem presos acusados de desvios de R$ 48 milhões.
Por meio de nota, a Prefeitura do Rio informou que “está
empenhada em regularizar a situação das unidades de saúde da rede municipal. Os
repasses feitos às Organizações Sociais obedecem a um calendário estipulado e
publicado em Diário Oficial. O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla prioriza,
neste momento, as cirurgias de urgência. As cirurgias eletivas que não são
realizadas no local serão agendadas em outra unidade ou tão logo a situação
seja regularizada’’.